
Olá! No bit de hoje eu gostaria contar um pouco sobre por que migrei para o Neovim, da minha história com este editor maravilhoso, e quais os motivos que me levaram a migrar do VSCode, das dificuldades que eu tive no início e como eu utilizo o editor atualmente.
Contexto
Como desenvolvedor de software full-stack, eu sempre tive que trabalhar com atualização de servidores remotos. As linguagens que eu trabalho funcionam muito bem em Linux, e este é meu sistema operacional desde sempre, então, é natural que os servidores de aplicação das empresas onde eu trabalhei fossem servidores Linux.
Contudo, a maioria dos servidores não possuem interface gráfica, eu me acostumei a usar ferramentas CLI (command line interface), que são programas que rodam no seu terminal.
Quando eu precisava alterar algo nos servidores, geralmente usava o editor nano para alterar configurações do servidor de aplicação, pois era o editor mais fácil que eu sabia usar.
Eu até conhecia o editor vim (ou vi) que acredito que venha instalado por padrão em qualquer distibuição Linux, mas editar arquivos lá era muito confuso, sem falar que não sabia nem sair do vim (piadinha clássica).
A semente
Certo dia, o YouTube sugeriu pra mim um vídeo do ThePrimeagen, onde ele fala um pouco sobre os vim motions, que você pode assistir abaixo:
A semente havia sido plantada. Em suma, este vídeo abriu minha mente para o vim. Eu fiquei pensando no ganho de produtividade que eu teria usando esses comandos de navegação que parecem magia negra 🪄, e de quebra, reduzir o uso do mouse enquando eu programo. Foi então que devidi migrar para o vim.
A migração
Como comecei
Durante todos os meus anos como desenvolvedor, usei diversos editores de texto e IDEs diferentes. Quando eu tinha um Mac, usava o TextMate, depois no Linux passei por alguns editores diferentes como SublimeText e Atom, até que lançaram o VSCode que foi meu editor principal por muito tempo.
Depois de assistir alguns vídeos do ThePrimeagen, decidi que iria dar uma chance ao vim, usando o Neovim, que é um fork do vim com diversas melhorias.
Primeiros passos
Optei por começar do princípio, usando o VimTutor como ponto inicial. O VimTutor é um breve tutorial de como usar os comandos básicos do vim, navegar em um arquivo, inserir e alterar texto, salvar, etc.
Meu amigo, tenho que dizer que não foi fácil. Nos primeiros dias eu parecia uma criança que nunca havia usado um teclado na vida.
Eu tinha entregas pra fazer, e a empresa não podia esperar eu me adaptar a um novo editor, então eu sempre deixava o VSCode aberto caso eu precisasse editar algum código com mais urgência.
Configurei alguns atalhos de teclado pra facilitar alguns comandos (como sair do modo insert com jk), instalei alguns plugins pra deixar o editor com o aspecto que eu estava acostumado, com uma árvore de navegação e abas para os arquivos abertos, e, com o passar do tempo, fui me adaptando a usar a ferramenta.
A minha migração para o neovim não foi uma maravilha. Eu voltei a usar o VSCode algumas vezes durante o processo, mas sempre que eu assistia novos vídeos sobre o ganho de produtividade, ou sobre algum plugin novo, vinha aquela vontade de tentar novamente.
Chegou o dia que eu decidi que iria mudar sem olhar para trás. Desinstalei o VSCode e a partir deste momento, não iria usar outro editor além do neovim. E continuo usando até hoje, sem arrependimentos.
Conclusão
Por que migrei para o Neovim? Eu acredito que o principal motivo tenha sido a produtividade.
Migrar para o Neovim me fez pesquisar novas formas mais eficientes de realizar as tarefas corriqueiras. Estou utilizando desde 2021, e ainda aprendo coisas novas com frequência, contudo, caminho pra chegar até aqui foi tortuoso, mas valeu a pena.
Se você está na dúvida se o neovim vale o seu tempo, sugiro que você comece pelo VimTutor, e vá incrementando o uso aos poucos, sem abandonar seu editor atual. Quando você se sentir confiante, o neovim vai acabar se tornando seu editor principal naturalmente.
É difícil no começo, mas, seja persistente.